segunda-feira, 27 de junho de 2016







Diálogos Filosóficos: Educação, aprendizado e crescimento na Capoeira 

Novo livro do Mestre Squisito




Mestre Squisito acaba de lançar o livro "Diálogos Filosóficos - Educaçao, aprendizado e crescimento na Capoeira", onde partilha importantes reflexões sobre questões de nossa Capoeira, seja sob sua perspectiva de Arte, Luta, Educação que promove, aspectos sociais e culturais e muito mais!
O livro tem apresentações do Mestre Tabosa, Mestre Angoleiro (J.Bamberg) e do Mestre Luiz Renato. No decorrer deste diálogo são citados os mais importantes representantes dessa verdadeira escola de cidadania que é a nossa Arte.



"Aqui não se trata apenas de mais um livro de Capoeira: trata-se de dois filósofos contemporâneos a pensar Capoeira! A Capoeira tem que se alimentar mais dessa faceta do jogo, que com certeza o enriquece em muito, e por esse resultado positivo seremos sempre gratos. A essência do conhecimento acontece, muitas vezes, numa simples troca de experiência entre duas pessoas como a dos protagonistas deste livro, que demonstram também conhecimento acadêmico". 
Mestre Tabosa 

"Recebo essa ‘chamada ao pé do birimbáu’, por parte desse Irmão da Roda e da Vida, o Mestre Squisito, Reginaldo Silveira Costa, para ‘entrar no meio do jogo’, dele e do Professor Filósofo, Dolf van der Schoot... Camarás habilitados e rápidos de pensamento encetam, quase ‘travam’ um salutar embate/encontro a respeito da nossa querida Arte Capoeirana (...) Assim, digo ao Leitor que jogue o jogo, ’entre na manha’ e com eles aprenda e participe, se deliciem nessa roda intelectual interessantíssima a propósito da nossa Capoeira, Sabedoria popular do Brasil, imensa e versátil, hoje esparramada mundo a fora, aqui, por eles tão bem discutida em exercício dialogal tão rico e bem tramado, muitíssimo bem jogado". 
Mestre Angoleiro 

"Diálogos Filosóficos – Educação, aprendizado e crescimento na capoeira, elaborado pelo Mestre Squisito, em co-autoria com Dolf van der Schoot, conhecido como Professor Filósofo, é um livro de muitos méritos. Eu até diria mais do que isso. É um livro necessário. Estamos em um momento de inflexão na história da capoeira. Ao mesmo tempo em que o Estado volta seus olhos para a nossa luta e dá partida em uma série de processos (aos trancos e barrancos, é verdade!) de reconhecimento e valorização desse patrimônio, a comunidade da capoeira é chamada a refletir sobre suas formas de organização, suas práticas e seus valores. Talvez seja exatamente esse o ponto em que se encontra a maior relevância desses Diálogos Filosóficos: a contribuição que traz para a necessária e urgente autocrítica da comunidade de mestres, professores, pesquisadores e praticantes da capoeira". 
Mestre Luiz Renato

O livro pode ser adquirido pelos canais abaixo:
por email: 
Mestre Squisito - skisyto@gmail.com
por telefone/whatsup: 55 61 996566710
Na Europa: Professor Filósofo - capofilosofo@gmail.com
portelefone/whatsup: 33 7 68 49 62 05 ou 351 967 041 938
ou nos sites:
Amazon.com ou no www.Bubok.pt

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Música “Pra vida inteira” de Mestre Fantasma


Alessandro Coqueiro o Mestre Fantasma é um grande compositor e capoeirista brasiliense. Faz parte da Escola Brasileira de Capoeira.
Em 2004 colocou a mochila nas costas e rumou da 115 Sul para a Ásia. Desembarcou em Manila nas Filipinas para mostrar a Capoeira brasiliense. Nesse tempo constituiu família e desenvolveu um ótimo trabalho como professor de capoeira. No ano de 2013 recebeu a corda vermelha das mãos do Mestre Oscar.

Neste ano, está organizando o 13° Batizado da Escola Brasileira de Capoeira em Manila, evento em que tradicionalmente comparecem capoeiristas de toda a região asiática.


sábado, 18 de junho de 2016


             Encontro Nacional Abadá Capoeira organizado pelo Prof. Sorriso.     


quarta-feira, 15 de junho de 2016


 


Capoeira Angola-Ensáio Sócio Etnográfico - Waldeloir Rego

Waldeloir Rego, Capoeira Angola -- ensaio sócio-etnográfico,
Editora Itapoan, Salvador, 1968 - Obra publicada com a colaboração da Secretaria de Educação e Cultura do Governo do Estado da Bahia. In-8.vo de 400 páginas. Ilustrações de Hector Júlio Paride Bernabó (Carybé).
Nascido a 25 de agosto de 1930 em Salvador, Waldeloir Rego dos Santos foi uma pessoa muito culta e de atividades múltiplas. Foi professor, pesquisador, historiador, escritor, etnólogo, antropólogo, folclorista, ensaísta, artista plástico e designer de joias com temática afro-baiana.
Waldeloir Rego, que residiu no Rio Vermelho, faleceu em Salvador, aos 71 anos, no dia 21 de novembro de 2001, no Hospital Santa Isabel, onde se encontrava internado após sofrer um AVC.
Deixou uma biblioteca com 15 mil títulos, dentre eles livros raros e obras de referência na literatura afro-brasileira. Hoje, esse valioso acervo faz parte do Memorial Waldeloir Rego, instalado no 3º andar da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, em Salvador.
O livro “Capoeira Angola - Ensaio Sócio-Etnográfico” publicado em 1968 é um dos documentos mais importantes que existe sobre a capoeira.
O livro que tem bastante informação, trás, dentre muitas outras coisas, história da capoeira e comentários sobre a origem da palavra capoeira”.
Fala também da indumentária:
...”Falar de indumentária de capoeira em termos de cor e trajes padronizados, identificando um determinado grupo, é coisa recentíssima, nascida do advento de um turismo culturalmente mal orientado, surgido na Bahia, há pouco, mas já bastante responsável pela descaracterização de muitas de nossas tradições”

Informações sobre toques e golpes:
...”Há no acompanhamento musical toques que se poderia chamar de gerais, porque são comuns a todos os capoeiristas, os quais são executados ao lado de outros que são particulares de determinada academia ou mestre de capoeira. Também acontece, e não raro, um mesmo toque, apenas com denominação diferente entre os capoeiras.”.

Há também Informações básicas sobre os instrumentos e “comentário às cantigas”.
O capítulo X “Capoeiras famosos e seu comportamento na comunidade social” fala um pouco sobre a capoeiragem do final do século XIX e início do XX no Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Cita nomes de capoeiras do passado, como: Manduca da Praia, Nascimento Grande, Besouro e vários outros.
O capítulo XIII trata de “A capoeira no Cinema e nos Palcos Teatrais”. O Capítulo XIV sobre “A Capoeira nas Artes Plásticas”, que destaca a obra de Carybe. No capítulo XV fala-se sobre “A Capoeira na Música Popular brasileira”; e no Capítulo XVI a respeito de “A capoeira na Literatura”.

Além disso, e mais interessante para um aluno de capoeira, é a grande coleção de músicas.

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“... lançou as bases metodológicas de boa parte das análises que se seguiram, principalmente no campo das ciências humanas: sistematizou a discussão sobre as origens africanas ou brasileiras da capoeira, identificou as principais tradições e rituais, os principais portadores de sua memória oral e as principais transformações ocorridas na capoeira enquanto manifestação da cultura popular.” (Mestre Luiz Renato)




segunda-feira, 13 de junho de 2016

14° Batizado do Grupo Escola do Mundo - Mestre Alex Carcará.
Sábado, 18/06/16, às 14:30 na Escola Parque 307/308 Sul





quinta-feira, 9 de junho de 2016

CAPOEIRA NA VITROLA











LP - “Capoeira da Bahia, Mestre Traíra e Cobrinha Verde


Por volta de 1963, o ator de cinema Roberto Batalin produz um disco de capoeira com os mestres Traíra, Gato e Cobrinha Verde. Pouco tempo depois este disco foi relançado com o título “Capoeira da Bahia, mestre Traíra”.

Mais ou menos nessa época, o ator Roberto Batalin grava a capoeira de mestre Traíra com a participação de Mestre Gato, já conhecido como tocador de berimbau, e à visita do célebre mestre Cobrinha Verde. Com o auxílio de vários artistas famosos: Augusto Rodrigues, Carybé, Salomão Scliar, Marcel Gautherot, José Medeiros, e de Dias Gomes, que escreve a introdução do álbum. Roberto Batalin edita as suas gravações em LP com álbum de 16 páginas de textos e fotos, na Casa Xauã, no Rio de Janeiro. Lança assim o seu segundo disco de folclore brasileiro.

Seja porque a primeira edição tenha sido muito limitada, ou porque depois do golpe militar
de 1° de Abril de 1964, o nome de Dias Gomes, demitido da Rádio Nacional e cujas peças foram interditadas, não era bem visto, uma segunda capa, muito mais simples, logo foi produzida. Na mesma época, a J.S. Discos lança oCurso de Capoeira Regional de Mestre Bimba”; portanto ficou fácil precisar que a segunda edição do LP “Capoeira da Bahia - Mestre Traíra”, ficou, afinal, mais conhecida do que a primeira.



                                                 Arte do Álbum:

Texto de Dias Gomes

repro
primeira página do álbum.
O texto aparece em duas colunas, ocupando toda a terceira página do álbum. Este ainda traz, em uma coluna, uma tradução inglesa na 4ª página e uma tradução francesa na 6ª página.
reproCAPOEIRA é luta de bailarinos. É dança de gladiadores. É duelo de camaradas. É jogo, é bailado, é disputa -- simbiose perfeita de força e ritmo, poesia e agilidade. Unica em que os movimentos são comandados pela música e pelo canto. A submissão da força ao ritmo. Da violência à melodia. A sublimação dos antagonismos.
Na Capoeira, os contendores não são adversários, são "camaradas". Não lutam, fingem lutar. Procuram -- genialmente -- dar a visão artística de um combate. Acima do espírito de competição, há neles um sentido de beleza. O capoeira é um artista e um atleta, um jogador e um poeta.
reproÉ preciso entretanto distinguir a verdadeira Capoeira, tal como ainda hoje é praticada na Bahia, daquela que notabilizou malandros e desordeiros, em meados do século passado, no Rio e no Recife. Aqui no Rio de janeiro, a Capoeira era realmente uma luta de rua, que incluía a faca e a navalha, além dos golpes caraterísticos. Levava o pânico às festas populares e provocava a justa intervenção da Polícia. Na Bahia mesmo, por aquela época, os capoeiras andavam preocupando as autoridades da província pelas desordens que provocavam. Para ver-se livres deles, o Governo mandou-os lutar no Paraguai. E pela primeira vez a rasteira, o , a meia-lua e o rabo de arraia foram usados como armas de guerra. Com successo, a julgar pela História...

Mas a Capoeira é apenas uma vadiação -- assim a chamam os jogadores da Bahia, que ainda hoje a praticam nas festas no Bonfim e da Conceição da Praia, onde os mestres se exibem, continuando a glória de Mangangá e de Samuel Querido de Deus, capoeiras lendários.
reproTEM NOVE MODALIDADES A ARTE DA CAPOEIRA, que se distinguem pela música e pela maneira de jogar. São elas:
  • CAPOEIRA DE ANGOLA
  • ANGOLINHA
  • SÃO BENTO GRANDE
  • SÃO BENTO PEQUENO
  • JOGO DE DENTRO
  • JOGO DE FORA
  • SANTA MARIA
  • CONCEIÇÃO DA PRAIA
  • ASSALVA SINHÔ DO BONFIM
A mais praticada -- e também a mais rica em temas e coreografia -- é a primeira. Ha também a "Capoeira Regional" ou "Luta Regional Baiana", de mestre Bimba, com exertos de jiu-jitsuboxcatch, justamente repudiada pelos puristas da arte.
NA CAPOEIRA DE ANGOLA, UM RITUAL PRECEDE A LUTA: dispostos em semicírculo, os "camarados" iniciam o canto, ao som dos berimbaus, pandeiros e chocalhos. Agachados diante dos músicos, os dois jogadores, imóveis, em respeitoso silêncio. É o preceito. Os capoeiras se concentram e, segundo a crença popular, esperam o santo. Os versos do preceito variam, mas os últimos são sempre os mesmos:
Eh, vorta do mundo
camarado!
reproÉ o sinal. Girando o corpo sobre as mãos, os capoeiras percorrem a roda e dão início à luta-dança, cuja coreografia é ditada pelo andamento da música. Esta jamais é interrompida, sucedendo-se os temas, de ritmo variável, tirados pelo mestre e repetidos pelo coro. As primeiras melodias são, geralmente, dolentes -- e a luta começa em câmara-lenta, com golpes largos, onde os capoeiras evidenciam o perfeito controle dos músculos. Logo muda o toque do berimbau e o ritmo se acelera -- os jogadores mudam o jogo e as pernas começam a cortar o ar com agilidade incrível. A assistência estimula os contendores:

-- Quero ver um "rabo de arraia", Mestre Coca!
repro-- Seu menino, quer "aú"!
-- Vamo lá, meu camarado, deixa de "mas-mas" e toca uma "chibata" nele!
E não falta um farejador de defunto que diga, soturnamente
-- Eu queria ver isso mas é à vera....
A capoeira é um brinquedo. Assim, muitos golpes são proibidos, como aqueles que atingem os olhos, os ouvidos, os rins, o estômago, etc.
Mas se a luta é à vera, vale tudo...
reproO golpes mais conhecidos são:
  • O BALÃO -- com ambos os braços, o capoeira enlaça o corpo do adversário e o atira por cima da cabeça, para trás.
  • A RASTEIRA -- um raspa com uma das pernas, procurando golpear os pés do contendor e deslocá-lo.
  • O RABO DE ARRAIA -- com ambas as mãos no chão, o capoeira descreve um semicírculo com as pernas entesadas, visando atingir o companheiro.
  • A CHIBATA -- o pé cai do alto, num arco de 45 graus.
  • O AU -- salto mortal, firmando-se sobre as mãos e lançando ambos os pés para a frente.
  • A BANANEIRA, A MEIA LUA E A CHAPA PÉ -- são variações da Chibata .
reproHá ainda a CABEÇADA, o GOLPE DE PESCOÇO, O DEDO NOS OLHOS e muitos outros golpes, ou passos desse estranho e másculo ballet que os escravos bantus nos trouxeram de Angola, com sua bárbara e poderosa cultura.
É possível que a Capoeira, tal como é praticada hoje na Bahia, muito pouco deva à sua pátria de origem. Nos versos e nas melodias gravados neste álbum, sente-se a presença de nosso povo, em sua capacidade de assimilação e recriação. E a própria transformação de uma luta em um bailado, de uma contenda num motivo para cantar e dançar é muito de nossa gente...
A Capoeira é uma manifestação autêntica da índole, do espírito e do gênio do nosso povo. E com ela nós mandamos ao mundo uma mensagem: que bom se todo conflito, todo litígio, por mais violento, pudesse ser resolvido com música e poesia.
repro
páginas centrais do álbum. Reprodução de uma pintura de Augusto Rodrigues.
Créditos copilados a partir das páginas 2 e 14 do álbum e das etiquetas do disco.
reproMestreTraíra (João Ramos do Nascimento)
Lado A faixa 2Cobrinha Verde (Rafael Alves França)
BerimbauGato (José Gabriel Gões)
Chumba (Reginaldo Paiva)
De Guiné (Vivaldo Sacramento)
PandeiroPai-de-Família (Flaviano Xavier)
Quebra-Jumelo (Vanildo Cardoso de Souza)
CantoDidi (Djalma da Conceição Ferreira)
ProduçãoRoberto Batalin
FotosSalomão Scliar
Marcel Gautherot
TextoDias Gomes
DesenhosAugusto Rodrigues
Caribé
PaginaçãoJosé Medeiros (image)
Coordinação geralEditora Xauã
Pça Mahatma Gandhi 2 5.910
Telefone 43-300 Guanabara Brasil
ImpressãoArtes Graficas Palmeiras
Rua Barão de Itapagipe 60
Guanabara - Brasil
FabricaçãoCia. Industrial de Discos
Rua 29 de Julho, 169
Rio de Janeiro - Brasil
repro
Última página do álbum. Desenhos de Carybé